Primeiro documento da Acarajé já fazia menção a campanhas
Os delegados e procuradores da Lava-Jato tomaram cuidado, durante a entrevista coletiva concedida para esmiuçar a Acarajé, de dizer que seu foco não é crime eleitoral — cuja apuração não cabe à força-tarefa nem à Justiça Federal no Paraná. Mas a representação em que o delegado Felipe Pace solicita ao juiz Sergio Moro as medidas […]

Os delegados e procuradores da Lava-Jato tomaram cuidado, durante a entrevista coletiva concedida para esmiuçar a Acarajé, de dizer que seu foco não é crime eleitoral — cuja apuração não cabe à força-tarefa nem à Justiça Federal no Paraná.
Mas a representação em que o delegado Felipe Pace solicita ao juiz Sergio Moro as medidas cautelares contra João Santana, Monica Moura e demais investigados faz a ligação entre os desvios da Petrobras e campanhas eleitorais.
“O estado avançado das investigações da Operação Lava-Jato, mesmo no estágio inicial desta apuração, já havia comprovado que uma das formas pelas quais as empresas obtinham seus contratos juntos à Petrobras se dava mediante o pagamento de vantagem indevida aos partidos políticos”, diz o delegado.
E continua: “Estes recursos espúrios eram, conforme também comprovado, empregados, principalmente, em despesas de campanhas eleitorais. A notória área de atuação de João Santana Filho sugeria que os pagamentos realizados por Zwi e BrunoO Skornick e pela Odebrecht consubstanciavam-se em “propina” travestida de gastos com publicidade, tratando-se, em síntese, de lavagem dos recursos obtidos criminosamente junto as empresas contratadas pela Petrobras”.
Ele sustenta que Monica Moura, mulher e sócia de Santana, demonstrou ter plena ciência da origem ilícita dos recursos ao dar instrições para Zwi Skornicki, operador do estaleiro Keppel Fels, sobre depósitos que deveriam ser feitos no exterior.