Plenário da Câmara de SP aprova processo contra vereador por fala racista
Agora, procedimento volta à Corregedoria para que testemunhas e defesa de Camilo Cristófaro (Avante) sejam ouvidas
O Plenário da Câmara Municipal de São Paulo aprovou nesta terça a admissibilidade de quatro representações contra o vereador Camilo Cristófaro (Avante). O parlamentar foi alvo das denúncias após uma fala de cunho racista vazar durante uma sessão da Casa, no início de maio.
Foram 51 votos a favor do acolhimento das acusações — era necessária a maioria absoluta de 28 votos. Agora, o processo volta para a Corregedoria, para que sejam ouvidas as testemunhas e a defesa do parlamentar.
Na semana passada, o colegiado — que equivale a um Conselho de Ética — já havia aprovado a abertura do processo que pode levar à cassação do mandato do vereador.
A pena mínima prevista é de suspensão temporária de trinta dias, e a máxima, conforme solicitado pela relatora na Corregedoria, é a perda de mandato por quebra de decoro parlamentar.
“Bom seria se não tivéssemos de votar uma medida desta natureza. Mas, diante da prática do racismo, só nos resta aplicar a lei para mostrar para a sociedade deste país que aqui o racismo é e será punido”, disse o presidente da Câmara, vereador Milton Leite (União).
O episódio ocorreu durante transmissão de sessão de uma CPI na Câmara. Com o microfone ligado, o vereador parecia conversar com alguém e, em determinado ponto, afirmou: “Eles arrumaram e não lavaram a calçada. Coisa de preto, né?”, o que foi captado pelas câmeras do Plenário.