PF diz que vai apurar possível interferência na ação que prendeu Ribeiro
Delegado que comandou a operação enviou mensagem denunciando "interferência na condução da investigação", segundo a Folha de S.Paulo

A PF anunciou na tarde desta quinta a instauração de uma procedimento apuratório para verificar “a eventual ocorrência de interferência” na Operação Acesso Pago, que prendeu o ex-ministro Milton Ribeiro nesta quarta, “buscando o total esclarecimento dos fatos”.
A abertura da investigação interna foi uma resposta à reportagem da Folha de S. Paulo, publicada minutos depois, que revelou uma mensagem enviada pelo delegado Bruno Calandrini na qual o chefe da operação disse ter havido “interferência na condução da investigação”, que foi “prejudicada”.
A outros participante da Acesso Pago, Calandrini disse ainda, segundo a Folha, que não tem “autonomia investigativa para conduzir o inquérito deste caso com
independência e segurança institucional”, citando a decisão da cúpula da PF de manter Ribeiro em São Paulo, à revelia da decisão judicial que determinara sua transferência para Brasília.
Na nota à imprensa, a Polícia Federal classificou as informações como “boatos”, sem citar o nome do delegado, e disse que o procedimento apuratório seria instaurado com o objetivo de “garantir a autonomia e a independência funcional do Delegado de Polícia Federal, conforme garante a Lei nº 12.830/2013”.