O tamanho do problema
Costuma-se dizer no Congresso que um político trabalha para ter popularidade não para posar de simpático na mídia, mas sim para ter capital político a queimar quando as notícias negativas surgirem. Aplicado ao caso de Demóstenes Torres no Conselho de Ética do Senado, o raciocínio mostra que já não existe capital político para ser queimado […]
Costuma-se dizer no Congresso que um político trabalha para ter popularidade não para posar de simpático na mídia, mas sim para ter capital político a queimar quando as notícias negativas surgirem. Aplicado ao caso de Demóstenes Torres no Conselho de Ética do Senado, o raciocínio mostra que já não existe capital político para ser queimado pelo senador goiano.
Além de todas as provas reunidas nos grampos da Operação Monte Carlo, ainda está atravessado na garganta de 44 senadores o verborrágico discurso de Demóstenes em 6 de março, quando subiu à tribuna para empenhar sua honra e negar relação com os negócios de Carlinhos Cachoeira.
Para piorar, oito dos quinze integrantes do Conselho de Ética fazem parte desse grupo de senadores que apoiou Demóstenes no plenário e agora se sente enganado pela força dos fatos. Presidente provisório do conselho, Antonio Carlos Valadares é um deles e resume a situação de Demóstenes:
— Ele mentiu para 44 senadores na tribuna. Não há como negar que a situação é extremamente difícil para ele. O clima é de frieza e decepção.
Demóstenes provocou estardalhaço no Senado ao aparecer ontem na reunião do conselho. Ao contrário do que fez na quarta, ele evitou registrar presença no plenário.