O retorno relâmpago de Alcolumbre à CCJ, quase 50 dias depois
Pressionado, o presidente da comissão andava sumido, mas comandou uma reunião de oito minutos para aprovar emendas ao Orçamento de 2022

Chamuscado pela denúncia de VEJA sobre o esquema de rachadinha no seu gabinete e pressionado por colegas para pautar a sabatina de André Mendonça, o senador Davi Alcolumbre retornou nesta terça-feira à CCJ do Senado, quase 50 dias depois da sua última participação na comissão que preside.
E o retorno ocorreu para uma reunião relâmpago, que durou aproximadamente oito minutos. Foi tempo suficiente para votar e aprovar emendas a serem apresentadas pela CCJ à Comissão Mista de Orçamento, referentes ao PLOA de 2022. Sem qualquer discussão. Relator da proposta, o senador Eduardo Braga (MDB-AM) se limitou a ler um resumo resumido das emendas.
Ao fim da votação simbólica, Alcolumbre anunciou que convocará para as 9h30 desta quarta-feira uma reunião para resgatar pautas remanescentes de outros encontros da comissão e para analisar propostas novas que forem apresentadas pelos líderes partidários.
O senador nada falou sobre o imbróglio da sabatina de Mendonça, indicado há quase quatro meses pelo presidente Jair Bolsonaro para uma cadeira no STF, que continua vaga, ou sobre a denúncia de ex-servidoras do seu gabinete, reveladas pelo repórter Hugo Marques.
A última vez que ele havia comandado uma reunião da CCJ foi no dia 22 de setembro. Na ocasião, os trabalhos foram encerrados após um bate-boca entre Alcolumbre e o senador Alessandro Vieira, sobre a demora para marcar a ida do indicado “terrivelmente evangélico” de Bolsonaro.
“O senhor tem condição de apontar um único motivo republicano para não fazer o agendamento de uma sabatina, senhor Davi?”, questionou Vieira, que até hoje aguarda uma resposta para sua pergunta.