O presentão do PT para Sergio Moro
Unido a antigos parceiros na roubalheira da Petrobras, o petismo quis abrir uma investigação contra o ex-juiz no Congresso -- plano já foi abandonado
Associado aos líderes do centrão que foram investigados pela Lava-Jato na roubalheira da Petrobras, o petismo tentou colocar de pé uma bizarra CPI para investigar Sergio Moro no Congresso. O partido não aprende.
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Em 2012, petistas criaram uma CPI para tentar calar a imprensa e o Ministério Público. Na esteira das investigações contra o bicheiro Carlinhos Cachoeira, os aliados petistas chegaram em dois nomes de proa da corrupção que reinava naqueles anos entre aliados do Planalto — o empreiteiro Fernando Cavendish, dono da Delta, e o operador Adir Assad.
O empreiteiro superfaturava negócios com governos petistas e de aliados na Petrobras e em outros setores da máquina. O operador lavava o dinheiro da corrupção a partir de uma rede de empresas de fachada. O petismo queria atirar nos supostos “inimigos”, mas acertou no próprio pé.
Para aliados de Moro, se a ideia de CPI for para frente, será um grande presente para o ex-juiz. Dará um palanque nacional permanente para Moro mostrar em rede nacional de TV que nada deve em sua vida privada. “Será que algum petista resistiria a uma CPI? O Moro não tem medo. É isso que vamos mostrar”, diz um aliado do ex-juiz.
É essa constatação que fez Gleisi Hoffmann, a chefe nacional do PT, correr para descartar a CPI sobre a renda de Moro nesta semana.