O plano da CPI para desmoralizar discurso de Bolsonaro contra a Pfizer
Circular telegráfica pedindo informações sobre questões contratuais da farmacêutica foi enviada pelo Itamaraty a 19 embaixadas apenas no dia 24 de fevereiro
O relator da CPI da Pandemia, Renan Calheiros, pretende se amparar em um conjunto de documentos colhidos pelos senadores até agora para demonstrar como Jair Bolsonaro mentiu sobre o atraso nas negociações com a Pfizer — iniciadas em agosto de 2020 e finalizadas apenas em março deste ano.
O presidente e seu entorno alegam que a compra de vacinas contra a Covid-19 empacou por conta de “cláusulas leoninas” da farmacêutica americana.
Um dos documentos, em especial, veio do próprio governo federal e foi enviado à comissão pelo Ministério das Relações Exteriores. Ainda sob sigilo, uma circular telegráfica distribuída que pede às representações diplomáticas que consultem as questões contratuais dos respectivos países com a farmacêutica foi distribuída a 19 embaixadas apenas no dia 24 de fevereiro desse ano.
O pedido de informações “no intuito de subsidiar e orientar o seguimento das negociações” ocorreu meses depois do início das tratativas — e poucos dias antes da formalização do contrato.