O número de vistos humanitários concedidos a afegãos em quase um mês
O governo brasileiro autorizou o benefício no começo deste mês
Em quase um mês desde que o governo Bolsonaro publicou a portaria para liberar a concessão de vistos humanitários para afegãos, o Itamaraty registrou apenas 35 casos em que a autorização foi concedida.
Nesta quarta-feira, o presidente da comissão de Relações Exteriores da Câmara, o deputado federal Aécio Neves, pediu esclarecimentos ao ministério sobre as exigências que estão sendo feitas a cidadãos afegãos, limitando a concessão para quem está fugindo do Talibã.
Embaixadas brasileiras estariam fazendo exigências para além das que constam na portaria editada no começo do mês, como a carta de uma empresa, instituição ou ONG se comprometendo a pagar as despesas de transporte e acolhida dos afegãos até o Brasil.
Outros pré-requisitos são o pagamento de hospedagem, alimentação e transporte até Islamabad — capital do Paquistão, o local mais próximo do Afeganistão onde há uma representação diplomática brasileira — ou outro destino intermediário, da realização de um teste PCR de Covid-19, das taxas para emissão de passaporte para os que não tiverem o documento, da contratação de um serviço de tradução e intérprete caso necessário e da passagem aérea do destino para o Brasil.
O Itamaraty deve dar explicações sobre as questões relativas à acolhida humanitária aos afegãos nesta sexta-feira.