O decreto do desespero eleitoral de Bolsonaro sobre postos de gasolina
O presidente determinou que os preços de combustíveis do dia 22 de junho sejam exibidos para que consumidor possa compará-los com os atuais
Jair Bolsonaro editou um decreto nesta quinta-feira que dá o tom do seu desespero com as eleições deste ano.
O presidente determinou que os postos de gasolina do país deverão exibir o preço atual dos combustíveis e também o que era cobrado antes do último dia 22 de junho, quando o Congresso limitou o teto do ICMS que incide sobre os produtos em 17% e forçou uma redução do valor final nas bombas em todo o país.
A queda da alíquota do imposto estadual foi o jeito que o governo encontrou para pressionar para baixo os combustíveis sem precisar mexer na política da Petrobras, que segue usando o valor do barril de petróleo no exterior e o câmbio como referência para definir os preços no mercado interno brasileiro.
Como se sabe, Bolsonaro vê sua chance de reeleição ameaçada por causa dos desgastes provocados pelo aumento generalizado de preços no Brasil. De acordo com o decreto, os postos deverão exibir “de forma correta, clara, precisa, ostensiva e legível” os preços dos combustíveis praticados nos respectivos estabelecimentos em 22 de junho de 2022.
Não se tem notícia de outro momento na história brasileira em que o comércio foi obrigado a divulgar o preço antigo de um produto ao consumidor.
Detalhe: o decreto tem validade até 31 de dezembro deste ano, último dia do atual mandato de Bolsonaro.