Lula volta a rasgar elogios a Geraldo Alckmin
Debate em torno da escolha do vice ajuda o petista a quebrar a imagem de radical que não dialoga com o centro
Lula dá nova entrevista nesta quarta-feira para falar dos mesmos assuntos que mobilizam a pré-campanha petista desde o fim do ano passado. Sobre a escolha de Geraldo Alckmin para vice, uma jogada que tenta mostrar o lado moderado do petismo, O ex-presidente disse que o casamento só depende das escolhas que o ex-tucano fará sobre seu futuro partido.
“Minha aliança com o Alckmin vai ser boa para mim, para o Alckmin e para o Brasil. É preciso dar tempo ao tempo para saber qual o partido que o Alckmin vai entrar. Ele tem tempo para decidir”, disse Lula.
O petista disse ainda que a chapa comum depende da sua decisão de ser candidato ou não, que deve ocorrer entre o final de fevereiro e o começo de março, e, “obviamente, da filiação do companheiro Alckmin em um partido político que faça aliança com o Partido dos Trabalhadores”.
Segundo Lula, o problema não é ganhar as eleições, e sim conseguir governar e “consertar o país”. Ele defendeu a “reconquista” das instituições, que “estão muito prejudicadas”. O ex-presidente disse que o Congresso hoje domina o governo.
“Daí porque a aliança política se faz necessária. Tem muita gente que acha que é difícil fazer aliança. Eu acho que é importante fazer aliança, porque você precisa ganhar as eleições, e depois de ganhar você precisa governar”, justificou.
“Então eu tenho que voltar pra fazer mais. E pra fazer mais eu preciso de mais gente do meu lado. Por isso eu tô conversando com todo mundo. E eu espero que dê certo essa conversa. Eu espero que o Alckmin escolha o partido político adequado que faça aliança com o PT. Espero que o PT compreenda a necessidade de fazer aliança”, complementou, em um recado aos correligionários descontentes com a possível aliança com o ex-tucano.
Lula afirmou ainda que precisa fechar alguns acordos com outros partidos políticos antes de tomar sua decisão, já que não pode arriscar.