Investigação sobre Yanomamis é ‘prioridade’ para o MPF, diz Aras
Força-tarefa apura suspeita de crimes ocorridos na reserva indígena em Roraima; diligência encontrou aldeia queimada e sem moradores
O procurador-geral da República Augusto Aras afirmou nesta quinta que as investigações em andamento sobre supostos crimes ocorridos na Reserva Indígena Yanomami, em Roraima — bem como sobre o paradeiro da comunidade — é prioridade para o Ministério Público Federal.
“Esclarecer o que realmente aconteceu nesse caso é uma prioridade para o MPF. Todas as providências estão sendo adotadas para que, não só os indígenas, mas toda a a sociedade receba essas respostas”, diz Augusto Aras.
As diligências também são acompanhadas pela coordenadora da Câmara de Populações Indígenas e Comunidades Tradicionais, Eliana Torelly.
No final de abril, o líder indígena Júnior Hekukari divulgou um vídeo no qual alegava ter recebido a denúncia de que uma menina de 12 anos teria morrido na comunidade de Aracaçá, após ser estuprada por garimpeiros — e que outra menina, também vítima dos garimpeiros, teria desaparecido em um rio.
Após as denúncias, nos dias 27 e 28 de abril, uma comitiva de órgãos federais foi até a aldeia para verificar o que havia acontecido. Após a vistoria, lideranças indígenas divulgaram vídeos mostrando parte da aldeia queimada, sem os moradores.
Os fatos relatados por lideranças locais já são objeto de inquérito instaurado em primeira instância, com atuação direta do Ministério Público Federal, da Polícia Federal, e com o apoio de outras instituições, como a Funai e o Exército.