General “melancia” de Bolsonaro “toca o terror” na Comissão de Anistia
General Rocha Paiva se refere a ex-militantes de esquerda como "terroristas" e distribui livro de coronel que prendeu Genoino na Guerrilha do Araguaia
Integrante da Comissão de Anistia, o general Rocha Paiva destoa da alcunha que ganhou de Bolsonaro, de “melancia” (militar verde por fora e vermelho por dentro).
Sua atuação no colegiado assusta familiares e vítimas da ditadura. Não apenas por votar contra pedidos de anistia política e reparação econômica de antigos alvos de regime, mas pelo tom. Trata os opositores do regime militar como “terroristas”.
Não bastasse, Paiva distribui entre os colegas o livro “Orvil” (livro de trás para frente), de Licio Maciel e José Conegundes. A publicação fala da tentativa de se impor no Brasil uma “ditadura comunista”.
O coronel Licio, a propósito, é reverenciado por Bolsonaro. Foi ele quem prendeu o ex-guerrilheiro e ex-presidente do PT José Genoino na Guerrilha do Araguaia. O hoje presidente o homenageou na Câmara, em solenidade em 2005, quando deputado.
“O comportamento do general na comissão é de tocar o terror. Isso sim” – disse um dos familiares.