Em nota, defesa de Bolsonaro responsabiliza Cid por fraude
Após indiciamento da Polícia Federal, advogados entram em jogo de empurra
Com os indiciamentos da Polícia Federal sobre fraudes em cartões de vacinas, as defesas do ex-presidente Jair Bolsonaro e de seu ajudante de ordens, Mauro Cid, trocam acusações sobre quem é o responsável pela inserção de dados falsos em comprovantes.
Mais cedo, o advogado de Cid foi à televisão falar que seu cliente não tomava nenhuma decisão sem obedecer a ordens de Bolsonaro. Agora, a defesa do ex-presidente emitiu uma nota, na qual argumenta que a culpa é do ex-ajudante de ordens.
“O ex-presidente jamais determinou ou soube que qualquer de seus assessores tivessem confeccionado certificados vacinais com conteúdo ideologicamente falso”, escreveram Paulo da Cunha Bueno, Daniel Tesser e Fabio Wajngarten, que defendem Bolsonaro.
“Se qualquer pessoa tomou providências relacionadas às carteiras de vacinação do ex-presidente e de sua filha, o fez por iniciativa própria, à revelia de ambos, sendo claro que nunca determinaram ou mesmo solicitaram que qualquer conduta, mormente ilícita, fosse adotada em seus nomes. Certamente não há nos autos nenhuma prova de conduta do ex-presidente em sentido diverso, sendo certo que não havia nenhuma necessidade para tanto”, acrescentou a defesa.
Os advogados alegam que, dada a “condição diplomática” do então presidente da República, Bolsonaro não precisava de nenhum comprovante vacinal para entrar nos Estados Unidos e nenhum atestado lhe foi solicitado.