Cuidado com o “tracking”
Circularam ontem pelo mercado trackings que mostravam Dilma Rousseff subindo mais um pouco e Marina Silva caindo. E assim tem sido as últimas semanas: trackings para tudo quanto é lado, todos usados como arma de campanha e desinformação. (Os jornalistas, inclusive, de vez em quando caem nessa – e é justo que se faça a […]
Circularam ontem pelo mercado trackings que mostravam Dilma Rousseff subindo mais um pouco e Marina Silva caindo.
E assim tem sido as últimas semanas: trackings para tudo quanto é lado, todos usados como arma de campanha e desinformação. (Os jornalistas, inclusive, de vez em quando caem nessa – e é justo que se faça a autocrítica.)
Trackings são pesquisas feitas por telefone, diárias, realizadas por institutos contratados pelas campanhas. Como só captam entrevistados que possuem telefone faz-se uma ponderação para se chegar a um resultado confiável. Mais: nos trackings deve se tirar a média dos últimos três ou quatro dias de pesquisas para alcançar o índice correto. Em geral, as campanhas passam para aliados e jornalistas somente os números do dia – quando interessam, claro.
Os trackings existem porque obviamente funcionam para as campanhas balizarem suas ações e estratégias.
Só que hoje é muito difícil saber o que é o número real e o que é o resultado que as campanhas separam para passar para aliados e para jornalistas. São índices que servem, quando os números verdadeiros são ruins, para que os aliados não se desestimulem. E para que os jornalistas soprem aqui e ali os resultados.
Em resumo, é tal a profusão de trackings que todos devem botar as barbas de molho quando ouvir falar num deles.
O mais prudente é guardar a ansiedade e esperar pelas pesquisas registradas no TSE. Hoje, a propósito, tem pesquisa Datafolha, que será divulgada à noite.