Crise na Petrobras promete novos capítulos em maio
Nova assembleia de acionistas deve ser convocada pela companhia; caso pode acabar na Justiça, se governo resistir ao pleito dos minoritários
A intervenção de Jair Bolsonaro na Petrobras, com a demissão de Roberto Castello Branco em fevereiro, ainda deve manter a estatal no purgatório por algumas semanas.
Como a última assembleia foi marcada por irregularidades no processo de votação, os investidores minoritários reagiram ao movimento do governo para tentar abafar as denúncias e pediram nesta semana que seja convocada uma nova assembleia geral para definir os integrantes do Conselho de Administração.
Na prática, a estatal não pode ignorar o pedido dos acionistas e a assembleia deve mesmo ser convocada para reabrir o processo de composição da cúpula da petroleira. Se o governo, no entanto, tentar manobrar para evitar a assembleia, a crise será anda mais alongada, já que terminará nos tribunais.
Os investidores minoritários lutam por uma nova assembleia porque consideram ter votos suficientes para eleger pelo menos dois membros do Conselho de Administração — podendo até chegar a três. O governo, que não gosta de controle externo nos negócios, claro, tenta dificultar esse avanço.