Como o governo avalia segurar os reajustes de preços da Petrobras
A possibilidade de uma mudança radical na política de preços da estatal é vista com resistência no governo
Na reunião convocada por Jair Bolsonaro para discutir a questão dos preços dos combustíveis, o governo decidiu investir na proposta de um dispositivo de calamidade por fator externo — no caso, a guerra — para justificar uma trava calculada nos preços praticados pela Petrobras.
A possibilidade de uma mudança radical na política de preços da estatal é vista com resistência no governo. O PLP 11, em discussão no Congresso, ainda é o principal instrumento para lidar com os preços dos combustíveis.
Com o lucro de mais de 100 bilhões de reais, a estatal, na visão do governo, poderia “colaborar” com esse período de crise, segurando os preços para minimizar os efeitos da cotação do petróleo sobre o preço nas bombas.
O avanço da crise na Europa, com a guerra avançando nos próximos meses, no entanto, pode levar o governo lançar mão do instrumento de calamidade, que abriria ao governo um controle maior sobre a questão da Petrobras. Essa, no entanto, ainda é uma medida a ser evitada, na avaliação de integrantes da equipe econômica.
O foco é seguir na pressão para que governadores ajudem a conter o preço e que o Congresso faça o seu papel na discussão do projeto que trata dos combustíveis. A pressão do calendário eleitoral joga contra a equipe econômica e fortalece interlocutores políticos do Planalto que desejam uma ação mais clara de Bolsonaro no tema que tem provocado desgastes políticos ao governo.