Comandantes militares e Defesa não podem intimidar CPI, diz PT
Partido se posicionou contra a reação dos militares a falas no Senado

O Diretório Nacional do PT classificou a reação do Ministério da Defesa e dos comandantes das Forças Armadas às falas na CPI da Pandemia como expedientes feitos para intimidar e blindar as investigações contra o governo de Jair Bolsonaro.
Segundo a legenda, não cabe aos militares se comportarem como um “partido político” e tampouco atuarem para tutelar o estado democrático de direito garantido pela Constituição.
“Crimes cometidos contra a população têm de ser apurados, quer tenham sido cometidos por civis ou por militares, pois todos são iguais perante a lei”, diz nota assinada pelo diretório nacional e pela bancada do partido no Senado, divulgada na tarde desta quinta-feira, 8.
Para o PT, a manifestação das Forças Armadas em relação a questões políticas internas do legislativo federal é parte do “projeto autoritário de Bolsonaro” e suas constantes ameaças à democracia no país.
“Ao estimular manifestações como esta por parte dos comandantes, Bolsonaro investe cada vez mais na indisciplina, na insubordinação e na politização inconstitucional tanto das Forças Armadas quanto das Polícias Militares e outras corporações”.
O partido, por fim, defendeu a legitimidade do Senado em conduzir a CPI da Pandemia e pediu que as forças democráticas brasileiras denunciem e repudiem a atitude dos militares.
Em nota divulgada na quarta à noite, em reação a uma fala do presidente da CPI, Omar Aziz, o ministério da Defesa e os chefes das forças afirmaram que não iriam “tolerar ataques levianos” dos parlamentares.