Com suspeita de invasão hacker na Câmara, Lira suspende sessão e chama PF
Sistema ficou fora do ar após primeira votação da PEC das Bondades; oposição diz que manobra é estratégia do governo para manter estado de emergência
O presidente da Câmara Arthur Lira (PP-AL) suspendeu a sessão parlamentar da noite desta terça-feira após o sistema de votação da Casa ter sido derrubado por suspeita de ataque externo.
De acordo com Lira, o InfoLeg ficou fora do ar e a Polícia Federal foi acionada para apurar as causas.
“Ouvindo todos os líderes partidários que me procuraram e garantindo o direito dos parlamentares que registraram sua presença confiando no sistema da Casa, esta Presidência decide suspender a presente sessão. Como fato técnico relevante que houve (…) mantenho o painel para amanhã cedo a partir das 9h”, declarou Lira.
Os parlamentares haviam acabado de votar em primeiro turno a chamada PEC das Bondades e se preparavam para começar a segunda rodada de discussões quando o problema foi verificado.
O ex-vice-presidente da Câmara, Marcelo Ramos (PSD-AM), acusou a suposta invasão ao sistema da Casa de ser uma estratégia do governo para que o trecho sobre estado de emergência da PEC fosse mantido.
Isso, porque os parlamentares já haviam votado o mérito da matéria, aprovando o aumento do valor do auxílio emergencial, mas ainda votariam, em separado, a retirada da expressão ‘estado de emergência’ da proposta.
“A expressão (…) que é uma aberração, porque é sem critérios, sem condições e sem limites, um cheque em branco pra você modificar a ordem democrática, a bancada do governo que dizia ter tanto compromisso com essa pauta, não estava presente no Plenário e o presidente da Câmara, com medo de perder a votação desse destaque, suspendeu a sessão”, disse Ramos.
“E o que é mais grave, não suspendeu por uma hora, que é o limite do regimento, mas suspendeu pra voltar amanhã às 9h. Isso aqui não é a casa da Mãe Joana. O presidente da Câmara não está acima do regimento. Vamos protestar contra isso”, prosseguiu.
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