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Caixa contratou 174 pessoas com deficiência sem direito ao plano de saúde

Solenidade contou com presença de Michelle Bolsonaro; entidade de servidores cobra direitos plenos para esses funcionários

Por Evandro Éboli Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 25 ago 2020, 07h40 - Publicado em 25 ago 2020, 07h15

Na presença de Michelle Bolsonaro, há pouco mais de um ano, o presidente da Caixa, Pedro Guimarães, organizou uma solenidade para receber 174 pessoas com deficiência aprovadas num concurso realizado em 2014.

A primeira-dama compareceu, tirou fotos com Guimarães ao lado dos novos servidores da Caixa.

Entusiasta das causas que envolvem pessoas com deficiência, Michelle fez discurso, reforçou a necessidade dessas contratações e que não sejam apenas medidas burocráticas, para cumprir a legislação.

A lei de cotas prevê que empresas com mais de 100 funcionários destinem entre 2% a 5% das vagas para esses servidores.

“O grande desafio para a inclusão está na mudança dos olhares. Na aceitação do próximo como profissional, e não como deficiente”, disse Michelle no dia.

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Mas o resto da história é pouco diferente da fotografia e bem provável que não seja do conhecimento de Michelle. Esses trabalhadores não estão até agora protegidos pelo plano de saúde da instituição, o Saúde Caixa.

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A Federação Nacional das Associações do Pessoal da Caixa Econômica Federal (Fenae) tem cobrado da Caixa a inclusão desses servidores, e de outros 2 mil funcionários, no plano do banco.

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“Quando a OMS declarou a pandemia do coronavírus, incluindo o Brasil na lista de países com registros da doença, reforçamos as reivindicações à direção do banco, cobrando a garantia de cobertura à assistência de saúde e psicológica para todos os trabalhadores”, conta o presidente da Fenae, Sérgio Takemoto.

“Apesar dos riscos de contaminação e mesmo com a dedicação dos empregados no atendimento à população em todo o país, a Caixa mantém os PcDs (pessoas com deficiência) e os outros quase 2 mil empregados sem qualquer cobertura”, completa Takemoto.

Segundo a Fenae, a resposta da Caixa era sempre a mesma: necessidade de assinar um aditivo para alterar o plano.

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Na cerimônia, Pedro Guimarães disse que a contratação das pessoas com deficiência não era apenas para cumprir a cota de 5%, mas se tratava de uma questão social e meritocrática.

“A Caixa precisa de inclusão e porque temos essa dívida com vocês”, afirmou Guimarães.

A Caixa informou ontem que é do interesse do banco a adesão de todos os empregados ao plano Saúde Caixa e que realiza negociações com os sindicatos para a implantação da individualização do custeio, como acontece em quase todos os planos saúde do mercado, inclusive os de autogestão, para que seja possível reabrir o plano e incluir todos os empregados.

A instituição informou ainda que os empregados que ainda não fazem parte do Saúde CAIXA recebem um benefício de assistência à saúde que corresponde ao reembolso das despesas de planos de saúde contratados no mercado, limitado ao menor valor entre 50% da mensalidade do plano de saúde contratado pelo empregado, para cada um dos beneficiários que compõem o grupo familiar, e o valor constante na tabela de reembolso. 

Essa tabela de reembolso inclui dez faixas etárias, e o valor varia de R$ 124,29 (0 a 18 anos) – o menor – a R$ 644,29 (de 59 anos ou mais), que é o maior.

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