Em um dos trechos da delação premiada que firmou com a Polícia Federal, Mauro Cid, o ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro, cita o senador gaúcho Luis Carlos Heinze.
Segundo Cid, Bolsonaro estava sendo pressionado por dois grupos no Planalto. Um grupo de radicais “era a favor de um braço armado” e “gostariam de alguma forma incentivar um golpe de Estado”. Já o outro grupo investia para desacreditar o sistema eleitoral, sugerindo fraudes nas urnas. Segundo Cid, Heinze se juntava a esse pessoal interessado em desqualificar o processo eleitoral.
O delator revelou que senador gaúcho teria aconselhado Bolsonaro a usar as Forças Armadas para confiscar uma urna eletrônica, sem o aval do TSE, para realização de testes que comprovassem a teoria bolsonarista contra o sistema eleitoral. Heinze nega a acusação.
“O senador Heinz (sic), que também integrava esse grupo, usava um documento do Ministério Público Militar que dizia que como o país estava em GLO, para garantia das eleições, o senador entendia que as Forças Armadas poderiam pegar uma urna, sem autorização do TSE ou de qualquer instância judicial, para realização de testes de integridade. O senador encaminhava esse entendimento tanto ao colaborador, quanto ao ex-presidente Jair Bolsonaro para que repassassem esse entendimento ao ministro da Defesa”.