Chefe da PF chama delegados afastados de ‘patota de encapuzados’
Paulo Maiurino defende Bolsonaro: 'nunca recebi nenhum pedido do presidente, seja para tirar ou colocar um delegado. Aliás, ele nunca me pediu nada'
Diretor-geral da Polícia Federal, o delegado Paulo Maiurino é o entrevistado desta semana nas Páginas Amarelas de VEJA.
Ele diz que os delegados que foram afastados de cargos no governo de Jair Bolsonaro não sofreram perseguição política. Queriam os cargos, na verdade, para “incrementar salários”.
Laryssa Borges lembra ao diretor que os delegados têm acusado a gestão dele de perseguição política e de os afastar de cargos por fazerem oposição ao governo Bolsonaro. Maiurino rebate:
“Isso é uma narrativa que não tem a menor razão de ser. Tem uma patota de encapuzados que ficou por anos em chefia de cargos comissionados, postos que incrementam o salário, e que agora usa a imprensa para tentar voltar a esses cargos, como se aqui houvesse feudos. Quando chega uma nova gestão, é natural haver trocas e entrar novas equipes, seja por afinidade operacional, seja pelas prioridades do diretor-geral dentro da concepção dele de polícia. As minhas trocas foram em número menor do que em gestões passadas”.
Depois de bater nos delegados, o diretor da PF defende Bolsonaro: “No meu período nunca recebi nenhum pedido do presidente, seja para tirar ou colocar um delegado. Aliás, ele nunca me pediu nada. Aqueles que querem impor essa narrativa têm de apresentar um fato concreto, porque senão a gente vai ficar na fofoca, e isso é ruim para a sociedade e para a polícia”.