Castro dá salário de R$ 14 mil a delegado ‘irmão’ de Jairinho
Governador indicou Marcos Cipriano para agência de esgoto do estado

O governador do Rio, Cláudio Castro (PL), indicou na última sexta-feira, 2, o nome do delegado de Polícia Civil Marcos Cipriano para o cargo de conselheiro da Agenersa, a agência reguladora dos serviços de água e esgoto do estado. O salário líquido previsto para o cargo é de 14.238,06 reais. O nome precisará ser referendado pela assembleia legislativa do Rio. Caso seja aprovado, o conselheiro assume um mandato de quatro ano.
Conforme reportagem de Veja que está nas bancas, o delegado Cipriano foi uma das pessoas influentes no Rio que recebeu ligações do agora vereador cassado Doutor Jairinho, que torturou até a morte o menino Henry Borel, filho de quatro anos de sua namorada, a professora Monique Medeiros, no início de março.
No intervalo de cerca de um mês entre a morte do menino e a prisão do político e de sua companheira, Jairinho fez uma bateria de ligações para autoridades em busca de ajuda para se safar do crime que cometeu. Entre seus principais interlocutores estava o delegado Cipriano, ligado ao governador Castro e ao secretário de Polícia Civil do Rio, Allan Turnowski.
Ao longo de dez dias, Cipriano recebeu 41 ligações de Jairinho, conforme mostrou a reportagem. Ambos se tratavam como “irmãos”, segundo informações coletadas no celular de Jairinho apreendido durante as investigações do homicídio. Em uma das mensagens, o delegado orienta o vereador a buscar um certo policial com acesso aos investigadores da delegacia do caso.
Cipriano foi procurado por Veja por ocasião da reportagem publicada no último dia 2, mesmo dia em que sua indicação ao conselho da Agenersa foi publicada no Diário Oficial do Estado. Ele não quis se pronunciar.