Em meados de 2022, quando ainda iniciava sua campanha ao Planalto, Lula apresentou-se ao país como uma alma iluminada pelo perdão e pela sabedoria dos injustiçados. Se eleito presidente, disse, governaria sem cultivar seus instintos mais primitivos em relação aos investigadores que o levaram à cadeia. “Não posso governar querendo vingança contra ninguém”, disse Lula.
Esse discurso, sabe-se hoje, era puro estelionato eleitoral. No conforto da entrevista ao site Brasil 247, o petista disse que, quando estava na prisão e era questionado se estava bem, dizia que “só vai estar bem quando eu f… esse Moro”. Em outro ponto, foi mais direto em relação aos integrantes do Ministério Público Federal que atuaram na Lava-Jato: “Estou aqui para me vingar dessa gente”.
Lula voltou ao Planalto prometendo fazer um governo de reconstrução, focado no resgate da economia e da qualidade de vida dos mais pobres. Dizia que não poderia errar nessa nova missão. Dois meses e meio de Planalto depois, esqueceu de tudo isso e, o que é pior, parece estar sem auxiliares autorizados a lembrá-lo das palavras da campanha.