Bolsonaro nega interferência na PF e defende Ribeiro: ‘preso injustamente’
Presidente, porém, não comentou áudios interceptados pela investigação em que ex-ministro diz à filha ter recebido ligação 'do presidente' sobre operação
O presidente Jair Bolsonaro (PL) comentou na noite deste domingo, 26, as investigações sobre esquema de corrupção no Ministério da Educação e negou ter feito qualquer interferência na Polícia Federal de forma a blindar Milton Ribeiro.
Em telefonema interceptado pela PF no último dia 9, o ex-ministro relatou à filha que tinha recebido uma ligação do “presidente”, referência a Bolsonaro — que não foi nominalmente citado na conversa. Segundo Ribeiro, “ele” achava que iriam “querer fazer uma busca e apreensão” na sua casa.
Questionado em entrevista ao Programa 4 por 4 sobre o caso MEC, Bolsonaro citou outro inquérito — aberto em 2020 pelo ministro do STF Alexandre de Moraes após denúncias do então ministro da Justiça Sergio Moro de que o presidente havia tentando interferir em trocas na Polícia Federal.
“Primeiro teve um inquérito aberto contra mim por interferência na PF, em abril de 2020. E nada se comprovou até hoje (…) não tinha nada no tocante à interferência na PF. Agora o caso Milton. Quem começou essa investigação foi a Controladoria Geral da União, a pedido do próprio Milton, que achou que algo estava errado com algumas pessoas que estavam ao seu lado e pediu à CGU que fizesse um pente fino em contratos”, afirmou aos entrevistadores.
Bolsonaro não comentou os áudios de Milton Ribeiro com a filha, e voltou a declarar que não havia “indícios mínimos de corrupção” por parte do ex-ministro.
O presidente disse que a apuração da CGU seguiu “dentro da legalidade” e que, como consequência, a Polícia Federal abriu a investigação corrente.
“Até que aconteceu o dia D, né? O dia da prisão do Milton. Deixo claro, que o Ministério Público foi contra a prisão do Milton. Não tinha indícios mínimos ali de corrupção por parte dele. E no meu entender ele foi preso injustamente”, disse Bolsonaro.