Bolsonaro é aconselhado a retirar Araújo de negociações com a China
Auxiliares do presidente defendem a demissão do chanceler como um gesto concreto do governo para reabrir o diálogo com Pequim
Auxiliares de Jair Bolsonaro aconselharam o presidente nesta semana a afastar Ernesto Araújo de qualquer interlocução diplomática com a China em torno da importação de insumos para a produção de vacinas. A crise por causa dos seguidos erros na condução da estratégia de imunização bateu pesado no Planalto.
A demissão de Araújo seria um gesto concreto do governo brasileiro para demonstrar o interesse de reabrir negociações com os chineses, apesar de os próprios filhos de Bolsonaro representarem obstáculos na relação com a China. Na avaliação dos auxiliares do presidente, no entanto, ainda que o presidente não decida demitir o chanceler, a medida mais urgente no momento é retirar Araújo do jogo, colocá-lo na geladeira.
“Há oito meses o Araújo vem martelando o discurso do ‘China, não’. Como é que vai abrir algum diálogo com o país para pedir ajuda agora? Precisa tirar o Araújo, mudar a interlocução, recomeçar”, diz um auxiliar do Planalto.
A mesma estratégia tem sido indicada pelos auxiliares a Bolsonaro em relação a Índia. Não dá mais para deixar a negociação das doses de vacina compradas dos indianos nas mãos dos trapalhões de Eduardo Pazuello.
Bolsonaro deu sinais de que atendeu a gravidade da situação e o agravamento da crise, agora que a vacina está em risco por uma atitude direta dele, dos filhos e de seus seguidores aloprados de atacarem a China.