Bento Albuquerque é ‘bode expiatório’ de Bolsonaro, dizem petroleiros
Federação de trabalhadores do setor critica política de preços da Petrobras e a falta de ação do governo na alta dos combustíveis
Deyvid Bacelar, coordenador-geral da Federação Única dos Petroleiros, disse que o agora ex-ministro Bento Albuquerque é mais um “bode expiatório” de Jair Bolsonaro na questão das altas dos combustíveis, movimento que tem reflexo na inflação e impacto direto na vida da população, sobretudo dos mais pobres.
O dirigente disse que Bolsonaro “finge” que não tem ingerência sobre os preços praticados pela Petrobras e repetiu o que a entidade vem dizendo há algum tempo: o acionista controlador da empresa é a União e o presidente tem a prerrogativa de mudar a direção e a presidência do Conselho de Administração.
A mudança na gestão da companhia poderia levar na prática a alteração na política de preços da empresa, que hoje usa a cotação do barril de petróleo no exterior e a taxa de câmbio para definir os preços que cobra no Brasil.
“Mais uma vez Bolsonaro continua buscando um bode expiatório para uma decisão que cabe somente a ele, que é mudar a perversa política de preços dos combustíveis”, disse. “Se o presidente da República quisesse, poderia mudar a política de preço de paridade de importação. O PPI não é lei, é decisão do Executivo.”
Bacelar lembrou ainda que a Petrobras bateu recordes de lucro recentemente e defendeu que o governo use o gordo dividendo que recebeu por sua posição acionária na companhia para bancar algum tipo de subsídio aos combustíveis ou criar um fundo de estabilização de preços.