Bancada evangélica volta a cobrar explicações de Milton Ribeiro
Deputado Sóstenes Cavalcante (PL-RJ) diz que colegiado acredita na idoneidade do ministro da Educação, mas que é preciso 'mais esclarecimentos'

A bancada evangélica na Câmara voltou a cobrar explicações do ministro da Educação, Milton Ribeiro. A situação do chefe do MEC está delicada desde o início da semana, quando foram divulgados áudios, pela Folha, nos quais o ministro admite privilegiar um grupo de pastores na partilha de recursos do ministério — e que faz isso a pedido de Jair Bolsonaro.
O presidente da Frente Parlamentar Evangélica, deputado Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), declarou que a “ampla maioria” do grupo tem fé na idoneidade do ministro e que, pela gravidade do conteúdo publicizado, Ribeiro deve prestar mais esclarecimentos.
“Acreditamos no amplo direito à defesa, que no estado democrático de direito é um direito assegurado a todo cidadão brasileiro, inclusive aos envolvidos nos áudios (…) entretanto, acreditamos que os áudios são sérios, que precisam ser esclarecidos, principalmente pelo ministro”, disse o deputado na tarde desta quarta.
Durante reunião da Frente, na terça, deputados se mostraram insatisfeitos com a nota divulgada pelo ministro, na qual Ribeiro negou ter tido qualquer interferência na distribuição de verbas da sua pasta, afirmando, inclusive, que Bolsonaro não atuou de forma a beneficiar nenhuma parte envolvida no recebimento de recursos.
O ministro ainda se defendeu dizendo que a alocação de recursos federais segue a legislação orçamentária e os critérios técnicos do Fundo Nacional do Desenvolvimento da Educação, sendo assim, “impossível” ter havido qualquer interferência da sua parte.
As explicações de Ribeiro, disse Sóstenes nesta quarta, são “insuficientes” — o parlamentar solicitou, em nome da Frente, que o ministro escolha outra maneira de se pronunciar sobre as “graves denúncias”, de forma a esclarecer todos os fatos.
O deputado defendeu, ainda, que sejam acionados os órgãos de controle competentes, como a Controladoria-Geral da União e o Ministério Público Federal, e que, caso sejam encontrados indícios dos envolvidos, que a Polícia Federal também seja acionada.
“Se qualquer dos envolvidos praticou atos ilícitos, deverão ser punidos tal qual o rigor da lei brasileira, sem nenhum tipo de complacência. Não seremos complacentes caso fique comprovado, depois do devido processo legal, atos ilegais de quem quer que seja. Não é um, dois ou três pastores que irão manchar a imagem e os brilhantes serviços de centenas de pastores deste país”, disse o deputado.