Até Bolsonaro vê erro em política de preço da Petrobras, diz senador do PT
Relator de projetos contra aumento dos combustíveis criticou balizamento de preços por cotação internacional e afirma que ação do governo é 'tarde demais'
Na esteira da sinuca de bico em que entrou Jair Bolsonaro devido à alta dos combustíveis, o senador Jean Paul Prates (PT-RN) voltou a criticar a política de preços da Petrobras e afirmou que até o presidente reconhece que a sistemática está equivocada.
Mais cedo, Bolsonaro admitiu que o modelo que toma como base o preço do barril do petróleo no mercado internacional para definir os valores cobrados no país não está certo — ao mesmo tempo, diz não poder interferir na política de preços para não melindrar o mercado financeiro.
“O PPI é paridade de importação, ou seja, significa que é o preço lá de fora, mais as despesas internas para colocar o produto aqui, é como se ele [combustível] não fosse em nenhuma percentagem produzido no Brasil (…) Até o Bolsonaro chegou à conclusão hoje de que o PPI está errado, mas chegou tarde demais”, disse Jean Paul, que é relator de dois projetos já avançados no Congresso para barrar a alta dos combustíveis.
Com a aproximação das eleições e das crescentes críticas à sua gestão devido ao aumento da gasolina, Bolsonaro ordenou já para esta segunda reunião de técnicos do Planalto, do Ministério de Minas e Energia, do Ministério da Economia e da própria Petrobras para discutir o tema.
“Leis feitas erradamente lá atrás atrelaram o preço do barril produzido aqui ao preço lá de fora. Esse é o grande problema. Nós vamos buscar uma solução para isso”, disse Bolsonaro, que busca centrar fogo na figura do presidente da estatal, Joaquim Silva e Luna.