Agricultura quer rever Guia Alimentar: “preconceito ao derivado de animal”
Para ministério de Teresa Cristina, publicação do Ministério da Saúde, de 2014, é "cômico" e um dos "piores do planeta"

O Ministério da Agricultura elaborou uma nota técnica na qual pede ao Ministério da Saúde a urgente revisão do “Guia Alimentar para a População Brasileira”, produzido em 2014, e que virou uma estratégia de promoção de uma alimentação adequada e saudável e que subsidia essas políticas país afora.
Mas não é bem o que pensa a turma da ministra Tereza Cristina, uma representante egressa do agronegócio no governo.
Setores do ministério até concordam com a necessidade de um guia alimentar, mas a seus moldes. Mas quais são eles? Sem “preconceito contra produtos de origem animal e alimentos processados”, que são os preparados na indústria.
Incomoda a Agricultura a “grande importância” que o guia dá para fases de processamento de um alimento antes de ser consumido. E critica a nova classificação dos alimentos em 4 categorias, que vai desde o in natura a ultraprocessado.
Um trecho do guia que não desce para o agronegócio, segundo a nota técnica:”faça de alimentos in natura ou minimamente processados a base de sua alimentação; limite o uso de alimentos processados, consumindo-os, em pequenas quantidades, como ingredientes de preparações culinárias ou como parte de refeições baseadas em alimentos in natura ou minimamente processados. Evite alimentos ultraprocessados”.
A nota do Ministério de Agricultura classifica como “cômico”, além de “arbitrário, confuso e incoerente”, considerar alimento mais ou menos processado levando em conta o número de ingredientes. Um “ultraprocessado” leva 5 ou mais ingredientes.
“A classificação definida pelo critério de tipo de processamento não apresenta nenhuma contribuição para um guia alimentar público, representando o posicionamento do Governo Federal. A classificação é arbitrária e confunde nível de processamento com a quantidade e tipos de ingredientes utilizados na formulação dos alimentos industrializados”.
Segundo o ministério, “pesquisas demonstram que não existem evidências de que o valor nutricional e a saudabilidade de um alimento estejam relacionados aos níveis de processamento”.
Para a Agricultura, o mais importante da qualidade da dieta são os tipos de alimentos consumidos e não seu nível de processamento.
“O guia induz a população brasileira a uma limitação da autonomia das escolhas alimentares”.
Para o Ministério da Agricultura, é necessária uma ampla revisão para melhor classificar o guia entre os similares do planeta.
“Atualmente o Guia brasileiro é considerado um dos piores”, encerra a minuta de nota do Ministério da Agricultura, que pede ainda a exclusão das classificações de processamento: “equivocadas, preconceituosas e pseudocientíficas sobre os produtos de origem animal”.
A minuta da nota já foi enviada para o ministro da Saúde, general Pazuello.
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