A peregrinação de Alckmin no interior de SP para ajudar Lula — e França
Enquanto ex-presidente tenta a todo custo convencer pessebista a desistir da disputa, Alckmin tem usado capital político a favor do aliado
Antes de começar a rodar o país com a pré-campanha de Lula (PT) à Presidência, o vice Geraldo Alckmin (PSB) aproveitou este sábado para visitar o interior de São Paulo — seu berço político — acompanhado de Márcio França (PSB), aliado de primeira hora e pré-candidato ao Palácio dos Bandeirantes.
Ao participar de um encontro regional do partido, o ex-tucano relembrou seu currículo como governador, celebrou obras e melhorias entregues à região e criticou o governo Bolsonaro.
“Pela primeira vez, temos perda real do salário mínimo desde o Plano Real. A inflação de alimentos é um absurdo, chega a 70%, 80% (…) assim como é um absurdo o governo ser contra a vacina e priorizar homeschooling, enfraquecendo a escola”, declarou a correligionários.
No que depender de Alckmin, França continuará tendo pleno apoio das lideranças e do capital político conquistados pelo aliado nos mais de quinze anos em que chefiou o estado. No evento deste sábado, o ex-governador fez questão de mencionar a capilaridade da chapa vitoriosa da dupla em 2014, que venceu em 644 dos 645 municípios paulistas — além de relembrar a afeição que Mário Covas — tucano histórico e muito aclamado no interior — nutria por França.
Lula, por outro lado, tem tentado convencer o pessebista a desistir da empreitada e disputar o Senado pela chapa de Fernando Haddad — este, o candidato petista. Como aceno, até o convidou para participar da viagem que fará com Alckmin a Santa Catarina e Rio Grande do Sul na próxima semana. França aceitou, mas, por ora, diz sequer cogitar sair da disputa.