A ofensiva dos advogados de condenados da Lava-Jato contra Moro e Deltan
Juristas querem usar Lei de Segurança Nacional para acusar Moro e os procuradores da força-tarefa de conspirarem contra o Estado brasileiro
Grandes bancas de advocacia de Brasília, que defendem condenados da Lava-Jato, estão se unindo para pegar carona na defesa de Lula e acionar Sergio Moro e Deltan Dallagnol no STF.
Essa turma acredita ter material para enquadrar Moro e Deltan na Lei de Segurança Nacional pelo crime de conspiração contra o Estado brasileiro.
A norma tem uma série de artigos que poderiam ser utilizados para interpretar supostas ações ilegais dos investigadores em contato com agentes da Suíça, por exemplo, como mostram mensagens colhidas por Lula no material roubado pelos hackers.
Essas tratativas ilegais com agentes estrangeiros para obter dados de investigados suportam a estratégia que pretende sustentar no STF a tese de que a Lava-Jato tentou desestabilizar a democracia ao ir atrás dos corruptos que estavam saqueando órgãos públicos nos governos do PT.
“É um novo caso Protógenes Queiroz”, diz um importante advogado, citando o delegado que caiu em desgraça na Operação Satiagraha por cometer crimes enquanto tentava tirar de circulação definitivamente o banqueiro Daniel Dantas.
A operação, ancorada pela defesa de Lula, que abriu portas para que todos tivessem as mensagens da vaza-jato, poderia ser tratada como sonho de advogado, mas há um detalhe que torna muito real a ameaça a Moro e Deltan. Ministros do STF e do STJ não perdoam as investidas da operação, que coordenou buscas, realizou delações e atuou fortemente para prender figuras conhecidas do Judiciário.
Esses magistrados, hoje mais poderosos do que nunca, são a esperança dos advogados de condenação e — eles falam seriamente nisso — até prisão de Moro e companhia.