Vitória de Biden deve ser negativa para a economia brasileira, diz Eurasia
Ian Bremmer, fundador da consultoria, vê no negacionismo de Bolsonaro na questão climática um problema a ser resolvido
A cada minuto, Joe Biden, o candidato democrata, parece consolidar sua vitória nas eleições americanas. Com isso, surgem muitas preocupações sobre como o Brasil pode ser impactado pelo pleito. O Radar Econômico questionou Ian Bremmer, fundador da consultoria Eurasia, sobre como o mandato de Biden pode influenciar os planos de Jair Bolsonaro no país.
A eleição de Biden é economicamente positiva ou negativa para o Brasil? No geral, uma vitória Biden é provavelmente mais negativa para a economia brasileira. Bolsonaro e Trump desfrutam de um relacionamento pessoal caloroso que ajudou a impulsionar as negociações sobre um acordo de livre comércio entre os dois países, embora a conclusão de um acordo com sucesso sempre teve uma pequena chance de acontecer. Com a vitória de Biden, isso se torna um tiro ainda mais longo, especialmente porque Biden fará do meio ambiente um ponto maior de destaque da relação bilateral.
Como o novo presidente deve olhar para o controle ambiental brasileiro e a conservação da floresta amazônica? Biden dificilmente verá com bons olhos a abordagem de Bolsonaro em relação ao meio ambiente e à floresta amazônica. Fosse Trump o eleito, a indiferença com as mudanças climáticas continuaria. Mais do que a maioria dos outros países, o Brasil depende muito de quem os americanos elegem como seu próximo presidente.
Outras questões caminham a passos lentos com o presidente Trump, como a inclusão na OCDE. Você acredita que isso pode melhorar ou piorar? A vitória Biden tornará as preocupações com as mudanças climáticas mais proeminentes, e isso não combina bem com um presidente brasileiro que rejeita tão abertamente as preocupações ambientais.
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