TSE não analisa crime eleitoral dos combustíveis. O que fará Bolsonaro?
VEJA Mercado: petróleo segue em alta no mercado internacional e é negociado próximo dos 120 dólares

VEJA Mercado | Abertura | 23 de março
Os olhos dos investidores estão atentos para a condução da questão dos combustíveis. Os governadores anunciaram ontem um acordo para congelar o ICMS por mais 90 dias, o que faz com que os preços nas bombas não subam tanto quanto subiriam, mas não resolve o problema. Por isso mesmo, a notícia do dia na questão dos combustíveis é a não-decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) na noite de ontem, terça-feira. O presidente Jair Bolsonaro fez uma consulta ao tribunal para saber se cometeria crime eleitoral caso mexesse nos preços dos combustíveis, mas o TSE sequer analisou a questão pois entendeu que o instrumento jurídico, uma consulta, não era o adequado. Fontes do Planalto dizem que a não-decisão já dá conforto a Bolsonaro para tomar alguma medida que reduza os preços porque então poderia consultar novamente o TSE. Assim se protegeria do crime eleitoral, previsto no caso de concessão de benefícios durante ano eleitoral, e ainda poderia culpar a justiça eleitoral caso não tenha como atuar para reduzir preços da gasolina, do diesel e do gás de cozinha. O maior medo do mercado é que o presidente haja diretamente na Petrobras para segurar os preços e todos aguardam ansiosos pela saída ou não de Joaquim Silva e Luna da presidência da estatal.
Já o noticiário da guerra parece ter esfriado, apesar do conflito continuar e estar chegando perto de completar um mês, mas os preços do petróleo seguem subindo. Mais uma vez durante a madrugada as cotações chegaram a bater perto dos 120 dólares e agora estão a 118 dólares.
Mas sem grandes novidades do front de guerra, os mercados estão atentos a falas importantes que acontecem hoje do presidente do Fed, Jerome Powell. Ele falará no mesmo evento que também o presidente do banco central brasileiro, Roberto Campos Neto, terá participação. A forma como os bancos centrais vão lidar com a pressão inflacionária vinda da guerra é um fator que preocupa os investidores neste momento.
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