SAF deve fazer o número de clubes em recuperação judicial disparar
Estudo aponta que mecanismo é o mais seguro para a renegociação de dívidas por parte das instituições
Um estudo realizado pela consultoria Alvarez & Marsal aponta que, a introdução da Lei da Sociedade Anônima do Futebol, a SAF — que viabiliza que os clubes de futebol se tornem empresas — dará vazão a uma tendência de aumento nos pedidos de recuperação judicial dos times, para a renegociação das dívidas dos clubes. O estudo aponta que a lei começou a criar os incentivos corretos para destravar investimento privado no futebol.
Isso ocorre porque, apesar de a lei da SAF consolidar o chamado regime centralizado de execuções — um mecanismo de condições colocadas em juízo numa negociação direta entre clubes e credores — ser de fácil implementação, como trata-se de uma lei nova, ainda causa insegurança jurídica para os investidores.
Dado o alto endividamento dos ativos em análise, esses investidores começam a desenhar cenários onde a SAF nasça menos pressionada pela dívida das associações — estrutura predominante dos clubes brasileiros atualmente.
Casos de recuperações judiciais de associações tendem a crescer como uma resposta que mescla a busca por investidores com propensão maior em investir competitivamente no futebol — não só atrás dos lucros financeiros. “Se o clube fizer a lição de casa, ter previsibilidade, consegue ter uma SAF com dívida menos selvagem e entender qual o valor do ativo e da dívida. A associação consegue escolher investidor que tenha maior aderência ao futebol, mais equilibrado entre performance financeira e esportiva”, diz Leonardo Coelho, líder da área de entretenimento e esportes da Alvarez & Marsal.