Quem da equipe de Guedes foi para Marte e atrapalhou o Orçamento
Ministro da economia diz, em evento, que problema do Orçamento é que uns macacos apertaram uns botões e desviaram da aterrissagem em Marte
O ministro Paulo Guedes usou uma metáfora no mínimo esquisita para descrever o imbróglio do Orçamento neste ano. Em evento do banco Bradesco BBI, ele disse que os macacos na hora de aterrisar em Marte apertaram uns três botões, chutaram o painel e desviaram a nave do rumo. “O macaco, no fundo, é um desacerto entre nós. Não é pessoal, não é ninguém. Um macaco pode ter sido da economia, o outro macaco está no Congresso, outro macaco está lá no entorno do presidente, outro macaco foi um ministro”.
No Congresso, os parlamentares dão nome e sobrenome aos “macacos” da equipe econômica que estavam na nave: o secretário especial Bruno Bianco e o assessor de relações institucionais, Esteves Colnago. Os parlamentares dizem que tudo o que foi aprovado no Orçamento de Marte teve o aval dos dois, que por sua vez tiveram o aval de Houston, ou seja, de Paulo Guedes.
Mas no próprio evento do Bradesco, Guedes se antecipou com as desculpas de sua atuação: “A verdade é que deu uma desorganizada na nave, e aí começa a correria: Quem é que apertou o botão? Quem é que distraiu? Aí o cara fala: Não foi macaco, não, foi astronauta mesmo. É porque não sabiam o que estava acontecendo do lado de lá”.
O problema do Orçamento é que ele foi aprovado prevendo bilhões em obras de emendas de parlamentares e com bilhões a menos para as despesas obrigatórias como a previdência. Não deu outra: a nave em vez de aterrisar em Marte foi parar no Tribunal de Contas da União antes mesmo de o presidente Jair Bolsonaro aprovar ou vetar o projeto aprovado no Congresso.