Pressão no minério e no petróleo será capaz de frear euforia na bolsa?
VEJA Mercado: minério tem maior queda semanal desde o começo da pandemia e petróleo negocia volátil com tensões na Ucrânia

Era bola cantada. A retomada dos trabalhos na China depois das comemorações do Ano Novo chinês colocou um ponto de interrogação nos rumos do minério de ferro. Após rali em janeiro, quando subiu mais de 20%, era quase certo que o país asiático faria de tudo para frear a cotação e evitar que o mal da inflação também atingisse os preços por lá. Em Dalian, a commodity caminha para encerrar a semana em queda de 19%, a 108,2 dólares a tonelada, o maior recuo semanal desde fevereiro de 2020. Já o petróleo brent ainda é negociado em patamares elevados, mas tem enfrentado um período de intensa volatilidade por causa das incertezas na Ucrânia que têm atingido quase todos os mercados. Hoje, o ativo negocia em queda de pouco mais de 2%, a 91,2 dólares o barril.
Será que tudo isso será capaz de frear o Ibovespa? Ao que tudo indica, não. Os futuros das bolsas americanas negociam em alta nesta manhã depois do Dow Jones registrar a maior queda diária desde novembro no que parece uma trégua nas tensões diplomáticas após o ministro das relações exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, ter concordado em se encontrar com o secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, para conversas na Europa na próxima semana. Mas a chave mesmo está com o gringo. A B3 divulgou que na última quarta-feira, 16, os estrangeiros entraram com 3 bilhões de reais na bolsa, e o saldo positivo no ano já está na casa dos 52 bilhões de reais, mas o inédito momento de baixa das commodities no ano não deixa de ser uma prova de fogo para o clima de euforia que paira o mercado brasileiro desde janeiro.
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