Por que bolsa cai mas o dólar não sobe
VEJA Mercado: tensões na Ucrânia trazem efeitos negativos para as bolsas, mas a moeda americana continua caindo por aqui

VEJA Mercado | Fechamento | 18 de fevereiro.
Seja pelo preço das commodities, que subiu e fez aumentar a circulação de dólares por aqui, ou pela entrada dos gringos no país, que já injetaram 52 bilhões de reais na bolsa brasileira, fato é que o dólar só vai para baixo. A animosidade entre Rússia e Estados Unidos foi menos intensa nesta sexta-feira, mas as bolsas negociaram voláteis ao longo do dia. O Ibovespa operou entre ganhos e perdas e fechou em queda de 0,57%, aos 112.879 pontos. O Nasdaq e o Dow Jones, de Nova Iorque, recuaram 1,46% e 0,68%, nessa ordem. Em tempos normais, este seria um dia de fortalecimento do dólar frente ao real pela maior aversão ao risco, mas não foi isso que aconteceu. A moeda americana segue em viés de baixa e fechou o dia em queda de 0,52%, a 5,140 reais. O ouro, outro ativo de segurança nos dias de maior estresse, subiu mais de 3% no acumulado da semana, mas o dólar foi em direção contrária no Brasil, e recuou 1,93% no período.
O mercado financeiro já arriscou que a moeda não baixaria do patamar de 5,30 reais e depois de 5,25 reais, mas desistiu de fazer qualquer projeção nesse ponto porque, no fundo, quase ninguém sabe até quando o estrangeiro vai continuar colocando dinheiro no país. No campo das empresas, sem grandes emoções. Petrobras e Vale subiram 0,61% e 0,21%, respectivamente, depois da cotação das commodities praticamente andar de lado no mercado internacional. Entre as baixas, destaque para a logística Rumo, que afundou 8,81% depois de reportar um prejuízo de 300 milhões de reais no quarto trimestre de 2021. A distribuidora de combustíveis Cosan vai anunciar seus números nesta noite, mas já caiu 4,81% no pregão de hoje.
No lado das altas, a Cielo disparou 12,30% depois de anunciar que sua subsidiária nos Estados Unidos vendeu a totalidade de sua fatia na Merchant E-Solutions por 290 milhões de dólares (1,4 bilhão de reais). O valor foi considerado elevado pelo mercado. Além da Cielo, as novas queridinhas do mercado que reportaram bons resultados trimestrais também fecharam em alta. Banco do Brasil, Energias BR e Carrefour subiram 2,04%, 1,90% e 1,69%, nessa ordem.
*Quer receber alerta da publicação das notas do Radar Econômico? Siga-nos pelo Twitter e acione o sininho.