Ônibus da Itapemirim financiavam a operação dos aviões
No dia da interrupção de vôos, quase um milhão de reais saiu do caixa da empresa que está em recuperação judicial para a ITA
No dia da interrupção dos voos da Itapemirim, a empresa de ônibus que está em recuperação judicial enviou 928 mil reais para a companhia aérea. A informação foi dada no processo de recuperação judicial do grupo, que não inclui a aérea, pela EXM Partners que é a administradora judicial. No total, os valores enviados à empresa de aviação saídos do caixa da empresa de ônibus já somam 32 milhões de reais. Ou seja, dinheiro que poderia estar sendo usado para pagar credores, que reclamam de atrasos de 75 milhões de reais no processo. Ao juiz, a EXM Partners pede que o grupo preste os esclarecimentos sobre “a possibilidade de sanar os prejuízos causados aos compradores das passagens aéreas, tal como previsto pela Resolução nº 400 da ANAC, bem como até que ponto a suspensão dessas atividades afetará as empresas do Grupo.”
O advogado Julio Mandel, da EXM, diz que as saídas do caixa poderiam ser melhor controladas se a companhia estivesse sob um watchdog, que teria poder de evitar saídas injustificadas, por exemplo. O juiz da recuperação judicial havia concedido o direito ao watchdog, que foi derrubado por um desembargador no Tribunal de Justiça que agora está na mira do Conselho Nacional de Justiça. O pedido ainda não foi analisado em plenário.
A companhia aérea da Itapemirim foi criada em meio ao processo de recuperação judicial do grupo e o governo concedeu as autorizações mesmo com dívidas tributárias ainda sendo discutidas.
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