O trator de Ometto no julgamento do Cade sobre compra da Gaspetro
Tribunal administrativo aprovou sem qualquer restrição a compra da companhia pela Compass, que é do grupo Cosan
O grupo Cosan, de Rubens Ometto, passou feito um trator sobre todas as indústrias consumidoras de gás e outras empresas ligadas ao setor nesta quarta-feira, 22. Todos os sete conselheiros do Cade que julgaram a compra da Gaspetro pela Compass, que pertence à Cosan, votaram a favor do negócio que foi aprovado sem qualquer restrição. Até conselheiros novatos, como Vitor Fernandes, que foi chefe de gabinete do ministro do Supremo Gilmar Mendes, estavam preparados com votos detalhados para a ocasião.
A Gaspetro pertencia à Petrobras e era sócia majoritária de 18 distribuidoras de gás pelo país. Apesar de todos os conselheiros terem votado a favor, placar acabou em 4×3 porque 3 conselheiros queriam que fizesse constar da decisão o compromisso assumido pelo grupo para a venda de 12 distribuidoras menores.
A venda de distribuidoras menores foi um desejo e um compromisso manifestado espontaneamente pela Compass durante o processo do Cade. A Compass também é comercializadora de gás e o grupo ainda está construindo um gasoduto, e, portanto, havia alegação por parte das indústrias de uma verticalização do negócio que poderia prejudicar a concorrência. A própria Agência Nacional do Petróleo e o Comitê do gás ligado ao Ministério de Minas e Energia tinham se manifestado contra o negócio.
Com a aprovação do Cade, a empresa ficará com o file mignon do gás, atendendo estados como os do Rio, São Paulo, Rio Grande do Sul, Paraná e Santa Catarina. Algumas distribuidoras que serão vendidas têm que passar pelo direito de preferência da Mitsui, que era sócia da Petrobras na Gaspreto, e também do empresário Carlos Suarez que é sócio de algumas outras.
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