O curto-circuito da bolsa e a velha briga de Bolsonaro com o mercado
VEJA Mercado: os destaques da semana no mercado financeiro
VEJA Mercado | Fechamento da semana | 02/05 a 06/05.
A semana na bolsa de valores foi marcada por dois acontecimentos. O primeiro e mais curioso foi o curto-circuito do mercado financeiro quando Jerome Powell, presidente do Federal Reserve Bank (Fed), anunciou a nova alta de juros nos Estados Unidos na última quarta-feira, 4. As bolsas dispararam depois da indicação de que não viriam novos aumentos tão elevados, mas depois todo mundo voltou atrás e devolveu os ganhos porque os investidores “perceberam” que a inflação ainda está longe de arrefecer.
Já na última quinta-feira, 5, sobrou de tudo um pouco para a Petrobras na live semanal do presidente Jair Bolsonaro, que chamou o lucro de 44,5 bilhões de reais da companhia de “estupro”, disse que a empresa pode quebrar o país se reajustar os combustíveis mais uma vez e colocou até a Constituição em jogo para apelar que a empresa não aumente o preço do diesel. Nada disso fez o mercado tirar o sorriso do rosto pelos dividendos de quase 50 bilhões de reais que a companhia divulgou junto com o resultado, e as ações da estatal subiram 3% no pregão seguinte.
No fim das contas, a gangorra pesou mais para o lado dos juros. O problema global de inflação tende a fazer com que os bancos centrais continuem a subir os juros, fator que aumenta os ganhos com renda fixa e diminui a atratividade de se investir em renda variável. O Ibovespa acumulou uma queda de 2,54% na semana, aos 105.134 pontos, praticamente zerando os ganhos no ano. Já o dólar subiu 2,69% no período, cotado a 5,075 reais, mas este ainda apresenta uma desvalorização de 8,96% frente ao real em 2022.
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