Ministério Público acusa juiz de intimidar credores da Odebrecht
Caso envolve o empréstimo dos grandes bancos que entregou a Braskem
O Ministério Público do Estado de São Paulo deu um parecer em recurso do processo de recuperação judicial da Odebrecht, que está no Tribunal de Justiça, dizendo que o juiz da recuperação judicial, João de Oliveira Rodrigues Filho, intimidou credores ao negar a apuração de possíveis fraudes contra credores. A manifestação trata do empréstimo feito por um grupo que reúne os grandes bancos brasileiros à Odebrecht e que deu direito aos bancos de ficar com a Braskem, a empresa que representa cerca de 80% do balanço do grupo e que ao ser transferida aos bancos tira capacidade da empresa de pagar suas dívidas com os outros credores. O empréstimo está sendo questionado por Jose Carlos Grubisich e pela Graal, sócia dos Odebrecht e que pertence à família Gradin. O juiz também determinou o pagamento de multas por litigância de má-fé e ainda retirou o Ministério Público do processo.
Na sua nova manifestação, o Ministério Público ainda criticou a decisão do juiz dizendo que foi baseada somente em parecer da Fipecafi, mas que o estudo foi levado aos autos pelas próprias instituições financeiras que são partes interessadas no processo. “Relembra-se que o objetivo do incidente era a apuração das possíveis fraudes, e, para tal aferição, ainda faltam análises técnicas”, diz o parecer assinado pela procuradora Selma Negrão Pereira dos Reis.