Mercado teme que transição vire herança maldita para o novo governo
VEJA Mercado: tamanho do rombo no teto de gastos já traz calafrios aos analistas
Os trabalhos na PEC do Orçamento avançam entre a equipe de transição e as preocupações em torno das regras fiscais elevam as tensões no mercado financeiro. Além da indefinição na Fazenda, que já passou a incomodar os investidores, o tamanho do rombo no teto de gastos para acomodar as promessas eleitorais dos petistas traz a leitura de que a PEC pode se transformar em uma herança maldita para o novo governo. O texto ainda não foi elaborado, mas o PT deseja fazê-lo a muitas mãos no Congresso como uma espécie de cartão de visitas ao Legislativo. “A ideia de aprovar uma PEC que aumenta o ‘pé direito’ do teto sem que seja definido qual a altura do novo pé direito, significa dar um cheque em branco para o futuro governo gastar o que for necessário para cumprir suas promessas de campanha. Ocorre que tais promessas significariam um aumento de gastos e redução de receitas permanente da ordem de 300 bilhões de reais, o que corresponderia a aproximadamente 3% do PIB”, avalia a Genial Investimentos. “A queda nos preços dos ativos financeiros brasileiros ontem pode ter sido um primeiro sinal dado pelos investidores de que as promessas de campanha não são fiscalmente viáveis neste momento. Forçar seu cumprimento poderá se tornar uma verdadeira herança maldita do futuro governo”, conclui.