Marina alerta bancos para taxação de carbono e emergência de guinada verde
Regulação do mercado de carbono está próxima de ser enviada ao Congresso, segundo a ministra

Em sua terceira passagem pelo Ministério do Meio Ambiente, Marina Silva aproveitou um encontro com representantes do setor privado para salientar novas perspectivas para os negócios brasileiros em virtude da crise ambiental. Segundo a ministra, há uma profusão de financiamento sustentável em direção ao Brasil e cabe ao país transformar suas “vantagens comparativas” em “vantagens competitivas” — fazendo uso de termos familiares ao mercado. “Países altamente tecnológicos fizeram uma revolução no mundo. Nós podemos fazer uma revolução ecossistêmica”, disse a ministra em evento da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), em São Paulo. Aos empresários, Marina frisou que trabalha para uma maior abertura do mercado a negócios sustentáveis — incluindo a regulamentação do mercado de carbono. Seu ministério, junto de outras pastas, elabora um projeto de regulação desse mercado que será enviado ao Congresso Nacional em breve, contou a ministra, sem especificar a data.
“O mundo vai precificar carbono. Há uma demanda (pelas diretrizes reguladoras). O setor privado tem se organizado para que tenhamos credibilidade na concessão desses créditos (de carbono). Temos que exportar sustentabilidade. Se eu quiser exportar produtos de alta emissão de carbono, vou ser taxado logo ali e nem vou entrar no mercado. O Brasil pode ser um exportador de energia limpa”, diz a ministra. Marina coloca a priorização da questão climática como um dos maiores ativos do Brasil na esfera internacional. A exemplo disso, conta que foi convidada pelo governo britânico para um evento de captação de investimentos sustentáveis ao Brasil, a ser realizado no fim deste ano. Falando sobre outras sinalizações positivas, fez elogios a iniciativas do setor privado nacional. “Quando vejo o setor financeiro criando regramentos para o acesso ao crédito estabelecendo critérios de sustentabilidade, isso é a transição em ação”, disse.