Mandetta diz que Bolsonaro vai agora partir para ataques a governadores
Ex-ministro participa de ato contra Bolsonaro na avenida Paulista na tarde deste domingo e diz que para o PT é tentador querer Bolsonaro como candidato
O ex-ministro Luiz Henrique Mandetta diz que vai participar da manifestação agora à tarde na Avenida Paulista, convocada pelo Movimento Brasil Livre (MBL) e que eventualmente pode até discursar. Mandetta duvida que o presidente Jair Bolsonaro vá dar trégua, mesmo com a carta à Nação, e que vai começar a escalar contra governadores, em níveis muito mais elevados do que vem fazendo desde o início da pandemia.
Em rápida conversa com a coluna Radar Econômico, antes de ir à Paulista, Mandetta disse que não vê o que poderia ser mais forte do que Bolsonaro chamar um ministro do Supremo de canalha, ameaçar não cumprir decisões judiciais e sua base comemorar possível estado de sítio para unificar movimentos políticos. PT e PSOL resolveram não aderir ao movimento deste domingo, que por volta das 14h30min tinha pouca movimentação na Paulista. “O PT quer Bolsonaro como candidato para ganhar dele. A essa altura Bolsonaro não ganha de ninguém. Isso é tentador.”
Apesar de pregar que seja natural que em algum momento todos subam no mesmo palanque para defender a democracia, como aconteceu no Diretas Já, ele próprio Mandetta organizou um manifesto de presidenciáveis por ocasião do 31 de março, quando Bolsonaro demitiu os três chefes das Forças Armadas e o ministro da Defesa, e não convidou Lula para assinar. Mandetta diz que naquele momento foi um manifesto organizado em 6 horas, é diferente de agora. Ele também minimizou as provocações do ministro das comunicações, Fabio Faria, que disse que Mandetta não precisaria se preocupar com o distanciamento social no manifesto, em referência à baixa adesão.
Mandetta estava na tarde deste domingo ao lado do presidente do PV, José Luiz Penna, que garante que o PV estará em qualquer manifestação contra Bolsonaro, seja convocada pelo MBL, seja pelo PT. Mandetta diz que nem ouviu falar de outra manifestação.