Os juros de dois dígitos encareceram de tal maneira os financiamentos, que os assessores financeiros começam a ver uma grande movimentação de donos de projetos de infraestrutura buscando compradores para seus negócios ou atrás de propostas de consolidação. Além disso, o custo alto da matéria-prima também está tornando os projetos inviáveis financeiramente, levando em conta os custos contratos em leilões. Douglas Bassi, da Virtus BR Partners, que faz assessoria a diversas empresas, diz que os empreendedores têm hoje poucas alternativas de financiamento, basicamente concentradas nos  grandes bancos brasileiros, que estão mais restritivos e cobrando mais. A outra alternativa, o BNDES, também têm cobrado juros mais caros que giram em torno de 9% ao ano. Por isso, Bassi diz que há um grande movimento de consolidação de projetos como energia solar, rodovias e mesmo aeroportos. “Alguns projetos viram o Capex subir 30%”, diz Bassi. “Os juros eram de 2% até outro dia e este ano vão ser de 12%”. 

Na prática, isso significa que existe uma ameaça sobre investimentos contratados pelo governo e aos quais o ministro Paulo Guedes têm embasado toda sua política de investimentos. 

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