O ex-ministro da Fazenda, Guido Mantega, renunciou à equipe de transição do presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva. O economista era um colaborador não remunerado por estar inabilitado pelo Tribunal de Contas da União (TCU) a exercer funções na administração pública por uma punição envolvendo o caso das pedaladas fiscais. Mantega endereçou uma carta ao vice-presidente eleito e coordenador da transição, Geraldo Alckmin, em que explica suas razões pela renúncia ao trabalho. O documento foi publicado pelo jornal Folha de S. Paulo e confirmado por VEJA. Entre as razões, o ex-ministro alega que sua imagem estava sendo explorada por adversários interessados em “tumultuar a transição e criar dificuldades para o novo governo”. A íntegra da carta está disponível a seguir.
Prezado Vice-presidente
Geraldo Alckmin
Coordenador Geral da Equipe de Transição
Aceitei com alegria o convite para participar do Grupo de Transição, na certeza de poder dar uma contribuição para a implantação do governo democrático do presidente Lula.
Entretanto, em face de um procedimento administrativo do TCU, que me responsabilizou indevidamente, enquanto ministro da Fazenda, por praticar a suposta postergação de despesas no ano de 2014, as chamadas pedaladas fiscais, aceitei trabalhar na Equipe como colaborador não remunerado, sem cargo público, para não contrariar a decisão que me impedia de exercer funções públicas por 8 anos.
Mesmo assim essa minha condição estava sendo explorada pelos adversários, interessados em tumultuar a transição e criar dificuldades para o novo governo.
Diante disso, resolvi solicitar meu afastamento da Equipe de Transição, no aguardo de decisão judicial que irá suspender os atos do TCU que me afastaram da vida pública. Estou confiante de que a justiça vai reparar esse equívoco, que manchou minha reputação.
Agradecendo a confiança,
Atenciosamente,
Guido Mantega
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