Futuro da Petrobras segue nebuloso com alta na gasolina
Volatilidade nos preços internacionais e incertezas sobre a política de Jean Paul Prates ainda atrapalham - e muito - previsões certeiras
Com a aprovação de Jean Paul Prates ao comando da Petrobras, a empresa continua como um dos principais alvos de questionamentos por parte do mercado financeiro desde a eleição de Luiz Inácio Lula da Silva, em outubro de 2022, instigados pela oposição petista à atual política de preços da companhia. Em um momento de carência de sinalização a respeito de seu futuro, a estatal informou que o preço da gasolina em refinarias será aumentado pela primeira vez desde junho do ano passado, antes da última campanha eleitoral, em 7,46%. Entretanto, o movimento pautado pela conformidade ao Preço de Paridade de Importação (PPI), tão criticado pelos petistas, praticamente não sinaliza nada sobre o que será da estatal no restante do governo, segundo Pedro Rodrigues, diretor do Centro Brasileiro de Infraestrutura e Energia (CBIE).
O futuro dos preços praticados pela companhia depende de dois grandes fatores, avalia Rodrigues: as tendências que serão observadas nos preços internacionais e como a Petrobras lidará com elas, ou seja, como será sua política de preços. Se houver a manutenção do PPI, o que é improvável para o mercado, e a tendência continuar sendo de alta, a companhia deve seguir reajustando-os para cima. Mudando algum componente dessa equação, o resultado pode ser outro. Assim, é prematura a avaliação de que o aumento anunciado nesta terça-feira, 24, indica que logo haverá outro aumento. “Ainda estamos em um nevoeiro. Temos um ministro de Minas e Energia que acabou de assumir seu posto e que, até porque teve que combater terrorimo em linhas de transmissão, talvez não tenha conseguido olhar mais atentamente ao mercado de combustíveis. Também temos um presidente da Petrobras, uma figura muito importante, que foi indicado, mas ainda não sentava na cadeira”, diz Rodrigues .