Ethos muda avaliação de ESG para saber se empresas cumprem o prometido
Instituto antes aceitava apenas a autoavaliação feita pelas empresas
O Instituto Ethos, que analisa a responsabilidade socioambiental na gestão de empresas, irá relançar seus indicadores de ESG (sigla para Ambiental, Social e Governança, em inglês) na quinta-feira, 30. A nova versão da ferramenta ainda mantém a autoavaliação pela própria empresa, mas agora vai adicionar a avaliação das empresas por agentes externos. O instituto diz não acreditar que apenas a autoavaliação é suficiente para promover o progresso necessário, afirmando que o número de empresas interessadas é pequeno. Por meio de questionários, checagem de documentação e visitas in loco, avaliadores credenciados pela Ethos vão dar notas a diferentes aspectos de ESG das empresas que se dispuserem. Os resultados serão públicos, permitindo a comparação entre diferentes organizações, além da avaliação do desempenho da mesma companhia ao longo do tempo.
De acordo com Ana Lucia Melo, diretora-adjunta do Ethos, uma das principais contribuições da novidade será distinguir empresas que mantêm as boas práticas apenas no marketing daquelas que de fato as colocam em prática. Em contrapartida, o conselheiro da ForFuturing, consultoria de sustentabilidade empresarial, Ed Morata, afirma que técnicas de mensuração de ESG ainda estão relativamente pouco avançadas, o que é um desafio até para empresas que têm comprometimento real com a causa. Também ressalta que a aparente diminuição em fraudes de ESG não se deve apenas à benevolência de empresas, pois o custo de ser pego cometendo esses atos é cada vez mais danoso às reputações. As primeiras notas de ESG para empresas, já sob o novo critério, devem ser divulgadas em outubro deste ano. Atualmente, empresas como JBS, Natura e Banco do Brasil usam as ferramentas de autoavaliação do Ethos.
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