Em três meses, passivo a descoberto de usina da Eletrobras foi a R$ 2,6bi
Auditor dá ênfase a passivo da usina de Santo Antônio, no Rio Madeira, e acionistas denunciam empresa à SEC
O balanço da Eletrobras divulgado nesta segunda-feira, 16, à noite mostra que o passivo de curto prazo a descoberto da usina de Santo Antônio passou, em apenas três meses, de 1,3 bilhão de reais para 2,67 bilhões de reais. A usina tem entre seus sócios Furnas, Cemig, Andrade Gutierrez, Odebrecht e Caixa FIP. Ontem, a auditoria da Cemig deu ênfase em seu relatório à possibilidade de a usina quebrar financeiramente e a estatal mineira jogou o investimento para perdas. Já a auditoria da Eletrobras, a Price, diz que as circunstâncias demonstram necessidade de suporte financeiro de terceiros, da companhia ou de demais acionistas. O problema é que só Furnas parece disposta a colocar dinheiro na companhia, já que existe um risco de cross default de toda a dívida da empresa dona de Santo Antônio.
A situação da usina ficou complicada depois que o consórcio construtor da usina ganhou uma arbitragem de mais de 1,5 bilhão de reais e que precisará ser pago no curto prazo. O problema para a Eletrobras é que a empresa só informou da arbitragem aos acionistas no balanço anual divulgado no começo do ano. Agora funcionários de Furnas, que são acionistas da empresa, estão pressionando a companhia com uma denúncia na SEC, a comissão de valores mobiliários americano. Tudo isso, às vésperas de o Tribunal de Contas da União tomar uma decisão final sobre o processo de privatização da empresa.
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