Disparada de Pão de Açúcar acende alerta para excesso de ‘shorts’
Ações da empresa subiram quase 15% nesta segunda após investidores 'espremerem' posições vendidas
Surpreendeu o mercado a disparada das ações do Grupo Pão de Açúcar, nesta segunda-feira, que, sem aparente motivo, disparou 15%. A explicação é mais técnica, segundo um trader consultado pelo Radar Econômico. “Excesso de short, ou de posições vendidas a descoberto”, disse.
Ontem, a XP entrou em contato com clientes comprados em PCAR3 solicitando que alugassem as ações para que mais posições de venda a descoberto fossem montadas. Atualmente, 44% de todas as ações disponíveis de PCAR3 para negociar na B3 estão alugadas, o que indica um nível recorde e acima do máximo regulatório. Segundo o trader, isso cria um ambiente favorável a ‘short squeeze”, quando um grande investidor insere ordens de compra volumosas com o objetivo de encerrar forçosamente as posições vendidas.
“Um short squeeze tem potencial de catapultar o valor de uma ação, uma vez que a valorização acontece por conta dos ‘stops’ forçados pelas corretoras”, disse o trader. “O fato de a XP ter pedido para que clientes disponibilizassem seus papéis para aluguel indicou que as posições ‘shorts’ não eram mais sustentáveis e um ataque especulativo se formou após isso.”